quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uma vírgula, uma reles vírgula


Bom dia leitores.

Aviso desde já que hoje não falarei de futebol.

Sobre o quê, então?

Sobre gramática.

Daqui de casa deu para escutar milhares de mouses clicando em outros blogueiros. Tudo bem, sei que meus três fiéis leitores ficarão até o fim deste texto, que é também um desabafo.

Isso mesmo, um desabafo. Um desabafo gramático.

É que há um erro que não consigo mais suportar em emails. Um erro comum. Um erro que cometi lá na primeira linha.

Qual?

Ora, não coloquei a vírgula antes da palavra “leitores”, que é um vocativo. E esse é um erro feio, muito feio. E tão feio quanto comum. Hoje, quase ninguém coloca vírgula antes ou depois de um vocativo. A coisa mais comum é eu receber emails começados com “Oi Torero”.

Oi, uma vírgula!

O pior é que esse erro acontece na primeira linha de quase todas as mensagens. Ou seja, logo de cara você percebe que a pessoa não domina uma regra básica de português e assim já começa a ler o email com certa desconfiança.

A função do vocativo é impedir confusões. Por exemplo, se alguém escrever “Torero, sabe português?”, estará perguntando para mim, pois lá está o vocativo para mostrar que você está chamando, invocando o ouvinte. Mas se escrever “Torero sabe português?” estará perguntando a um terceiro se eu domino a língua mãe. Não domino muito bem, como bem sabem os leitores deste blog, sempre atentos aos meus erros, mas pelo menos ponho a vírgula do vocativo.

O erro é tão comum que até o astronauta norte-americano Doug Wheelock o cometeu esta semana. Ou seja, é um erro mundial. Ou pior, universal.

Eu sei que várias pessoas ficarão irritadas com este texto e vão me mandar comentários dizendo “Torero não encha o saco.”

Tudo bem, mande o comentário, mas, por favor, ponha a vírgula antes de “não encha o saco”.

Créditos: Blog do Trorero (http://blogdotorero.blogosfera.uol.com.br/geral/invocando-a-virgula-do-vocativo/ )

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